sexta-feira, fevereiro 29, 2008

The Darjeeling Limited (9/10)




The Darjeeling Limited é um filme diferente em todos os aspectos.

Primeiro ponto: está dividido em duas partes (sendo que a primeira é, para mim, a melhor parte do filme).

Apresentação feita Wes Andeson sente-se agora completamente à vontade para transportar o espectador para o interior de uma família fragmentada, destruída, mas sem problemas de maior… enfim, típica do séc. XXI!

O problemas focam-se em 3 irmãos que não se conhecem como indivíduos e vivem à sombra da memorio do pai e de uma mãe ausente que querem agradar. Como toda a gente que se sente sofucada pela nossa sociedade sentem que precisam de se reencontrar no meio de uma viagem espiritual, num sítio espiritualmente perfeito… na Índia.

Facilmente consegue-se concluir que o relacionamento perdido destes 3 irmãos tem uma série de causas que não se resolvem numa viagem, ou se calhar era mesmo disso que eles precisavam.

Como pontos forte do filme temos a frase: ‘if we weren’t brothers would we be good friends?’, a paisagem, o sentimento, o viver… A fantástica (mas curta) aparição de Natalie Portman e a interpretação de eleição (por tudo o que representa) de Jason Schwartzman.

Apesar de já ter saído do cinema, sem sombra de duvidas para ver!

quinta-feira, novembro 08, 2007

Elizabeth - The Golden Age (7/10)


Elizabeth - The Golden Age leva-nos de volta ao Reinado da Rainha Virgem na Inglaterra do século XVI. Quase 10 anos depois de subir ao trono e legitimar-se como soberana protestante, debate-se agora com a famosa Armada Invencível da Espanha Católica.

Um filme claramente dominado por fortes figuras femininas interpretadas pelas fabulosas Cate Blachet e Samantha Morton, como Elizabeth I e Mary, Queen of Scotland respectivamente, sendo elas que fazem valer todo o filme.

A história em si roda, excessivamente, na vida da corte e não na figura de Estado que sabemos que a Rainha Virgem era, sendo até especulativo quando se trata das personagens Bess Throckmorton e Sir Walter Raleigh. No final ficamos mesmo com a impressão que a batalha contra a Armada Invencível apenas foi um pretexto para nos chamar todos ao cinema…

Aponto para a engraçada caricatura aberta à monarquia Espanhola da época centrada na figura de Filipe II, interpretado pelo actor Jordi Mollá (Reparem mesmo em toda a figura do Rei). Aproveitem para se lembrarem que este monarca foi rei de Espanha, Portugal, Sicília, Nápoles, Chile, tendo sido inclusivamente sido Rei de Inglaterra no reinado de Mary I, irmã de Elizabeth.

Vale pelas interpretações de todas as personagens sejam elas femininas ou masculinas.

quinta-feira, outubro 18, 2007

‘Les Chansons d’Amour’ sem encanto - 9/10 (nove em dez)

O filme «cantado» de Christophe Honoré recupera o cinema Europeu. - Super Potência os States... Please give me a BRAQUE!
Um filme que poderia ser real... carregado de pormenores que nos fazem sentir quem também nós, somos assim: meio loucos, meio apaixonados, meio indecisos.
Trata-se de uma pseudo comédia dramática musical e bissexual, que indelevelmente faz um apelo à vida, transportando quem vê para a ideia de que viver é isso mesmo: viver.
Resta a impressão paradoxal que o amor é tudo e é nada, que mais vale a pena amar um pouco menos - mas sempre, que amar muito – mas por meros instantes.

Desejo-te assim, de inviolável ternura
De suavidades mornas, de sorrisos meigos.
Teus lábios sugerem pétalas de flor
E os olhos de azul profundo são cascatas de amor.

És de encantos e chilreios primaveris,
De puros e simples gestos apaixonados.

Ama-me, para sempre.

- E quem não gostar, não merece viver... (como diria o meu caríssimo amigo Andy)

sábado, setembro 15, 2007

1408 (7/10)

Baseado na obra homónima de Stephen King , este filem tenta provar, mais uma vez, a velha fórmula de terror, de que o maior pesadelo vive dentro de nós, e que enfrentar os nossos medos é sempre o mais difícil.
1408 é a história de um quarto de um hotel de Nova Iorque que é assolado por estranhos acontecimentos ao longo dos seus quase 100 anos de existência, entre os quais, inúmeras mortes inexplicáveis e vários suicídios. Ansioso por novos desafios, Mike Enslin (John Cusack), um famoso escritor na sua área do sobre natural, e apesar dos avisos do Gerente do Hotel, resolve embarcar numa aventura que o levara numa espiral de revelações e confrontos emocionais, e, acima de tudo, tentar sobreviver sem sofrer o mesmo destino das anteriores vítimas.
Um filme carregado de suspende que não recorre ao horror puro aos sustos para provocar uma forte carga emocional no espectador. Um filme indicado aos fãs do género.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Interview (6/10)


Embora este filme seja uma versão do Interview de 2003 de Theo Van Gogh, o realizador Holandês assassinado em 2004 por questões politicas e sociais, Steve Buscemi tenta, mais uma vez, singrar no mundo da realização, algo que lhe tem sido frequentemente negado e com resultados pouco satisfatórios tanto a nível de qualidade como a nível e reconhecimento, e ao qual este filme, mais uma vez, não é excepção.A história em si não difere muito da original, Pierre Peders (Steve Buscemi) entrevista uma famosa actriz de séries de TV e filmes de serie B, Katya (Sienna Miller). Entre conflitos, revelações e discussões a dupla acaba por entrar numa espiral de ameaças e bluffs que nos levam a visitar a estrela de TV e a pessoa por detrás, sem nunca sabermos o que é real e o que é farsa. Tudo isto acontece num apartamento de Katya que nos leva a crer que se trata de uma peça de teatro onde as emoções vêm sempre ao de cima a qualquer momento e que quase nos prendem o tempo todo somente por isso e pelas suas parecenças com um qualquer episódio de Hitchcock.

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Mr. Brooks (7/10)

Mr. Earl Brooks, um homem de sucesso que esconde um passado negro e uma mente ainda mais sombria que procura, através do seu alter-ego, a satisfação de matar sem razão aparente. Nesta batalha constante contra aquilo que o assombra, vê-se confrontado com alguém que também procura o mesmo mas que acaba por se envolver em algo mais do que matar por prazer. Um filme que nos leva a repensar a forma como vemos e retratamos as aparências que nos rodeiam, mesmo a nível estético acaba por ser um filme envolvente embora por vezes se perca um pouco em histórias secundárias. Muito mais se poderia desenvolver com tal tema não fosse o tempo que levaria a chegar a alguma conclusão, mas a única que nos resta é que todos nós temos de viver com os nossos fantasmas do passado.
Razoavelmente interpretado, como era de esperar, acaba por nos introduzir um jovem actor que não foi bem explorado (Dane Cook) e uma estrela já confirmada (Demi Moore) que acaba perdida num papel que se torna um pouco confuso durante todo o filme, quase nos faz lembrar o polícia rico dos Bad Boys...

segunda-feira, setembro 03, 2007

I Now Pronounce You Chuck and Larry (4/10)

Para começar, era de esperar um pouco melhor de uma das mais promissoras carreiras da comédia Americana, como é o caso do Adam Sandler, apesar de ele nunca ter feito parte da minha lista de preferidos dentro do género, mas quando se explora um tema sensível á sociedade Americana como é o casamento entre pessoas do mesmo sexo, um pouco mais de tacto é sempre bem-vindo. Mas o que aconteceu foi que, apesar de a ideia de ter dois homens a casar-se por conveniência, que até poderia ser uma sarcasmo aos casais heterossexuais que julgam estar correctos, acabou por se deixar levar pela piadola fácil e pelo excesso de má representação de Adam Sandler. E já agora que faz o Steve Buscemi neste tipo de filme de graçola fácil? Bem, acho que o filme fica mesmo por ai, pelas boas intenções, onde quando não se procura ofender por todos os meios alguém, acaba-se por fazer ainda pior figura… nem vale a pena dizer mais nada.
Um filme a ver daqui a uns Natais na TVI quando estivermos mesmo já todos bêbados da ceia de natal ;).

terça-feira, agosto 28, 2007

Knocked Up (7/10)

Na linha das excelentes comédias como "Anchorman", "The 40 Year Old Virgin" e "Talladega nights", o então produtor, surge neste filme como realizador de uma história típica: rapaz conhece rapariga, os dois embebedam-se e passadas algumas semanas aparece a "surpresa".
Depois são os dramas usuais, as discussões, as revelações e os momentos decisivos.
Tudo isto acontece a Ben Stone (Seth Rogen), um típico desleixado que vice numa casa com os seus amigos onde, por entre outras grandes façanhas, vive sem preocupações de menores e com prespectivas de vida ilusórias e que não o levam a lado nenhum. Do outro lado temos Alison Scott(Katherine Heigl), uma jovem promessa do mundo da Televisão, que se vê impedida, ou não, de prosseguir uma carreira no mundo do espectáculo devido a este incidente de uma noite só.
No meio desta história ambos confrontam-se com os seus sonhos, atropelando-se repetidamente ora com os defeitos dos outros ou com o que pretendem que o outro mudo... a típica história, novamente, de mudar tudo por um acto maior de responsabilidade.
Uma comédia bastante ligeira, inteligente e muito bem escrita, que nos leva, e como um dos personagens resume muito bem, por "Um episódio do "Everybody loves Raymond", só que sem piada e que nunca mais acaba", é assim a vida.

terça-feira, agosto 21, 2007

Gwoemul (7/10)


Para quem não está habituado a cinema Asiático, mais concretamente, Sul Coreano, como é o meu caso, poderá estranhar bastante o facto de um filme poder conter tantos géneros como horror, ficção, comédia e drama, mas é um tipo bastante comum por aquelas bandas, pelo que poderão até estranhar um pouco e provavelmente pensar que estão a brincar com a gente. Na verdade em cada parte do filme, e mesmo em sequências seguidas poderemos ter mudanças quase violentas de estado de alma, que poderão mudar de puro riso a um grande susto e logo de seguida uma tremenda tristeza, pelo que muita gente poderá mesmo achar mau o filme, mas não digam que não vos avisei, aquilo não é cinema japonês e, muito menos, ocidental.
Quanto a história, que de uma maneira simples, conta a tentativa dos familiares de Ah-sung Ko (Park Hyun-seo), que foi raptada por um ser mutante das aguas do rio e esgotos da cidade, que após muitas e atribuladas situações se vê perante um drama familiar versus drama de sobrevivência.
Um bom filme para quem quiser singrar no cinema Sul coreano, quem não quiser que se fique pelas novelas, dizem que são bastante boas e onde as situações nunca são "estranhas demais".

Death Proof (8/10)

Com esta primeira parte de duas, Quentin tenta recriar um tipo de filme muito recorrente nos anos 70 que geralmente protagonizavam mulheres de atributos diversos, homens violentos e muito sangue à mistura. Trata-se de uma homenagem à "grindhouse", que pretende recriar um ambiente bastante comum nos filmes de baixo orçamento de Hollywood mas acaba por complementar toda a excelente acção que o compõe com diálogos à la Tarantino, onde tudo e nada se discute, com o único intuito de surpreender o espectador. Quanto ao filme em si, com os característicos tiques de filme de má qualidade (a fita cheia de "marcas de cigarro" e riscos), uma ocasional alteração de côr e os inevitáveis cortes, inesperados mas sempre na tentativa de recriar a passagem do tempo, de resto deve-se ver este filme sem grandes pretensões, porque é isso mesmo que se trata, de entreter o público sem grandes recursos a discursos aborrecidos nem a cenas previsíveis e difíceis de "entender". Já me ia esquecendo, Stuntman Mike (Kurt Russel) é um Duplo reformado que se diverte a matar belas mulheres com o seu carro "kitado" para cenas de acção.... e o resto é filme.

segunda-feira, julho 30, 2007

Cashback (8/10)

Quando uma relação de longo termo acaba abruptamente sentimos um impulso de esquecer ocupando a nossa mente com os mais mundanos dos esquemas, somente para esquecer aquele momento onde o tempo parou e começou literalmente a andar tudo para traz sem que o pudéssemos prever.
Ben Willis (Sean Biggerstaff), decide acabar com a namorada por se achar incapaz de a satisfazer, no rescaldo de tal acontecimento violento, vê-se sem dormir durante semanas e a trabalhar no turno da noite de uma loja de conveniência.
Esse mundo estranho das empresas de distribuição, transporta-o para uma realidade paralela que, em muitos aspectos, o confronta com o passado.
Entre encontros amorosos e reencontros, desafios e novas descobertas, este jovem estudante, acaba por enfrentar todos os seus medos e ganhar forças para enfrentar de novo o mundo que, não raras vezes, é interrompido por uma fantasia deambulante de algo indescritivel.
Neste filme destaca-se a sinceridade na actuação e, simultaneamente, a simplicidade da mesma.

quarta-feira, julho 25, 2007

Evan Almighty (6/10)

Quando Deus, mais uma vez, provou que o seu trabalho não era fácil, a gente (eu) pensava que a coisa ficasse por ai, mas fomos "premiados" por uma inevitável sequela, que em muito pouco tem a ver com a outra a não ser os dois actores principais: Steve Carrel e Morgan Freeman. Desta vez, Deus (Morgan Freeman), decide encarregar Evan Baxter (Steve Carrel), com o fardo de construir uma Arca, salvando assim a si e à sua família, mais os inevitáveis animais, dá fúria do dilúvio. Suponho que a lição aqui, no final do filme, seja qualquer coisa como: tu que apresentas Telejornais e pensas que tens pinta, e que não gostas de animais, e que és ganancioso...pega lá disto e vê como te safas; acho que é mesmo isso, uma lição sobre humildade, de resto é mais um filme de mascar e deitar fora, não fosse o sempre hilariante Steve Carrel e os seus trejeitos muito próprios nem um Deus aborrecido como o Freeman o salvaria. Um filme para ver e mastigar pipocas com a boca aberta sem preocupações de ser interrompido por um intelectualóide daqueles de boina e capa (sim eu já vi um).

quarta-feira, maio 16, 2007

Sunshine (2/10)


Bem Sunshine é daqueles filmes que, ao sairmos do cinema, choramos. Choramos porque acabámos de perder as duas coisas mais importantes na vida de um jovem europeu... tempo e dinheiro. Não vou vou enganar... o filme não é mau... o filme é muito mau.


A história é simples. O Sol está a morrer e por consequência directa nós seres humanos estamos em risco igualmente. Foi enviada uma primeira missão que nunca concretizou a seu fim e nós, fieis espectadores, vamos acompanhar a segunda missão. Se a história só por si não goza de grande precisão em termos cientificos o desenrolar do filme bate tudo...


Bem apenas a destacar o papel de Cillian Murphy que me conquistou desde da sua representação em breakfast on Pluto.


segunda-feira, março 26, 2007

Road to Guantanamo (8/10)


Road to Guantanamo é um filme que nos surpreende e nos faz lembrar que, mesmo no século XXI, na chamada era da informação uma guerra é sempre feita de abusos à integridade de todos. Em especie de documentário, conta como três cidadãos ingleses com origens paquistanesas são apanhados no meio dos confrontos entre E.U.A. e Afeganistão após os ataques de 11 de Setembro. Capturados pelo governo afegão e mais tarde entregues às autoridades americanas, os mesmos são levados para o Camp X-Ray e mais tarde para Camp Delta onde são sujeitos a uma série de torturas (torturas essas que geraram enorme controvérsia na imprensa mundial dado serem consideradas aceitáveis dentro dos padrões norte-americanos. Relembro que entre muitas incluem-se: não dormir mais que uma hora, nunca estar de pé, não falar nem olhar para ninguem, ficar de joelhos ao sol tórrido de cuba 6 horas seguidas sem se mexer e ficar em isolamento mais de 3 meses seguidos. Coisa pouca portanto...).

Ponto importante é lembrar que estes três jovens iam a um casamento no Paquistão, mas envolvidos numa realidade de extrema carência decidiram apelar ao seu intuito humanitário e partir para o Afeganistão para ajudar a população local. Os crimes de que foram acusados eram proveniente de uma queixa que nunca existiu, remontando a alturas em que pelo menos 2 estavam a fazer serviço comunitário em Inglaterra (pelo que não podiam estar no Afeganistão em amena cavaqueira com o Bin Laden).

É um filme muito bom, extremamente humano, que explora a visão das três personagens de maneira directa e plena, não explorando o lado politico da guerra.

Unica falha que encontro prende-se com o facto de haver apenas um ponto de vista e uma visão centrada. Deixem-me acreditar que foram feitos esforços internacionais, entre as diversas embaixadas e consulados para resolver esta questão para manter a minha sanidade mental.

No entanto, deixa bem claro que não existe um mundo bipolar do bem contra o mal em guerra nenhuma e apela ao bom senso de todos, para que futuramente não sejamos obrigados a testemunhar a degradação a que o dito primeiro mundo pode chegar. Definitivamente a não perder...

quarta-feira, março 21, 2007

O BOM PASTOR - 7/10 (em 10 estrelas)


Um filme aterrador do ponto de vista do conceito "tempo".


Aqui é retratada de forma sublime a passagem do tempo e da linha temporal - sobre a vida de um homem.

A sua profissão é irrelevante! A sua família é irrelevante! O tempo é tudo... e tudo e tudo.


Após o filme é possível que entrem em depressão. Eu entrei.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

DEJA VU - 3 estrelas 3/10


Um filme que alia o bom da representação com o mau, aliás o muito mau, a roçar inclusivamente o péssimo do argumento. Atrevo-me a afirmar que se não fosse pela presença de actores “bem bons” (como glamoroso Denzel Washington, o agora envelhecido Val Kimer, a belíssima Paula Patton, o cada vez menos playboy James Cavizel e o reaparecido Bruce Greenwood) que habitam esta película, faria com que a meio da exibição, me levanta-se e pedisse o dinheiro de volta à senhora gorda que para além de me vender os bilhetes fez questão em forçar a venda de umas pipocas que não cheguei a comprar. Em suma, o filme é mau em 64% do tempo.
Gosto de experimentar géneros diferentes, esta foi seguramente uma dessas experiências, um verdadeiro mix de géneros cinematográficos: começa com um breve momento de triller policial, passa para um pedacinho de acção e de rompante o espectador é confrontado com a ficção mais profunda e surreal; passando de novo para uma acção, agora arrepiante, culminando num policial recheado de romance. Poderia ter tudo isto, deveria ter tudo isto, mas a conjugação de “sabores”, e refiro-me à construção do argumento e não de um qualquer batido de fruta da época, foi muito mal efectuada. Não o faria melhor, pois como deverão calcular não recebo para construir filmes. Mas enquanto espectador e pagador da indústria do entretenimento que mais dinheiro mexe, senti-me roubado.
Do filme pouco à a dizer. Lamento.

quarta-feira, outubro 25, 2006

CRANK - 6 estrelas (6/10)


Sexo, drogas, alcóol, violência, mortes, perseguição e muita adrenalina…

Todos estes fenómenos são relativamente normais nos filmes que actualmente passam nas telas de cinema. Porém, esta longa-metragem premeia o espectador com uma visão diferente da habitual. – Sexo, por exemplo, é apresentado em plena Chinatown, em hora de ponta e como plateia, uma mão recheada de jovens asiáticas.
Jason Statham, o bad boy que conhece algumas artes marciais e faz uso desse know-how na sua arte performativa, protagoniza um head hunter que busca vingança, depois de ter sido envenenado pelo líder de um gang de cowboys pós-modernos… A única forma de se manter vivo, é através da manutenção de níveis de adrenalina muito acima da média. O filme é totalmente irreal, associando a acção, o aspecto cómico e claro a emoção de um semi-triller.
Apenas discordo do final, e de uma cena que não tem qualquer raccord. Refiro-me claro está ao tiro que o protagonista leva na cocha, e nem por isso sofre qualquer lesão. Enfim, erros que se tivessem sido corrigidos, alterariam qualquer avaliação qualitativa.

quinta-feira, outubro 05, 2006

V DE VINGANÇA - 6estrelas (6/10)


Voilà! In view, a humble vaudevillian veteran, cast vicariously as both victim and villain by the vicissitudes of Fate. This visage, no mere veneer of vanity, is a vestige of the vox populi, now vacant, vanished. However, this valorous visitation of a by-gone vexation, stands vivified, and has vowed to vanquish these venal and virulent vermin van-guarding vice and vouchsafing the violently vicious and voracious violation of volition.
The only verdict is vengeance; a vendetta, held as a votive, not in vain, for the value and veracity of such shall one day vindicate the vigilant and the virtuous.
Verily, this vichyssoise of verbiage veers most verbose, so let me simply add that it is my very good honor to meet you and you may call me V.



Escrito pelos irmãos Larry e Andy Wachowski, pais da trilogia Matrix e baseado nas ilustrações de Alan Moore, surge esta saga de 132 minutos que de melhor nada tem. Porém, qualifico-o enquanto bom, dado que se trata do primeiro filme baseado em Graphic Novel (vulgo: BD pura) que tem como tema central a demagogia politica e social.
Muito embora se fique com a sensação de que se trata de uma novela romanceada de banda desenhada, onde tipicamente o herói combate o vilão, que oprime o povo e, em simultâneo conquista a dama “vitima”. Mas, o filme vai para além disso, na minha perspectiva, James McTeigue (o director) quer dar a entender valores, ideais de liberdade, democracia e escolha aberta.
Natalie Portman, realiza uma brava representação, que não queda aquém das expectativas a que nos tem habituado. O que realmente me chocou pela negativa, foi o final, onde apesar de bastante colorido, lhe faltava algo… talvez um final ainda mais feliz, onde não só a igualdade reinasse mas também o amor.
Num futuro não muito distante, os ingleses sofrem com as imposições de um governo totalitário. O país é comandado pelo fanático chanceler Adam Sutler que, um pedaço à imagem de Salazar (ainda que menos), proíbe manifestações artísticas, comunicação liberal, saídas nocturnas, entre outros fenómenos essenciais. A opressão acabaria se dependesse de um homem mascarado que se intitula por V. Hugo Weaving que veste a personagem de V, convoca o povo para uma revolução no dia 5 de Novembro e colocar um ponto final às imposições deste governo. Será que irá conseguir…

O herói, é mais inteligente e culto, por detrás da máscara está uma ideia. Porque um homem pode-se matar, mas não uma ideia.
Remember, remember the fifth of NovemberThe gunpowder treason and plot.I see no reason why gunpowder treasonShould ever be forgot.

sexta-feira, setembro 22, 2006

MIAMI VICE - 6,5 estrelas (6,5 - 10)




Muitos de vós não serão da minha geração e difícil será verem um filme deste calibre e interpretarem-no correctamente. Assim sendo opto por começar pelo ano de 1984, bons e velhos tempos em que assistia à série televisiva de acção para adultos mais gloriosa de todas as que vieram a surgir: Miami Vice ou se preferirem Acção em Miami (a genuína de Don Johnson enquanto brilhante actor e realizador e, Michael Mann na produção).
Recordo que assistia a esta série do clamoroso Sonny Crocket, sentado no sofá castanho escuro, na sala dos meus avós e tudo tinha mais ilusão.
Quando me convidaram para assistir a este filme, não pude recusar, primeiro porque ia em trabalho (humm bilhetes pagos), segundo porque ansiava voltar a sentir pequenos orgasmos enquanto voltasse a ver uma reprodução da melhor série televisiva jamais rodada. Queria voltar a imaginar-me num potente Ferrari, num fato branco, óculos escuros, rodeado de belas mulheres recheadas de silicone e beber martinis brancos em Iates de luxo… e claro, ter um amigo em que pudesse confiar e uma arma debaixo do braço!
Apesar do que imaginava, fiz um esforço antes do filme, evitando criar expectativas. Para ser uma experiência tipo “primeiro beijo”, ou seja, algo imprevisível e bom. Mas foi inevitável, passei longos minutos a imaginar como seria o filme… e deleitei-me com esses pensamentos.
Julguei que tudo estava perdido! Que por melhor que fosse, já não iria sentir prazer na sua visualização.
E assim, neste decrépito mal-estar, penetrei no fosso escuro, sentei-me e aguardei pela sessão… No princípio gostei, no meio amei e no final queria repetir tudo de novo! Sem sequer fumar o cigarro (apesar de ser não fumador de cigarros, claro).
Senti-me uma prostituta, “puta da vida” que se tinha rendido ao seu cliente mais hostil. Teria eu gostado mais deste filme, onde o playboy Colin Farrell interpretando Sonny e o “negão” Jamie Foxx interpretando Ricardo Tubbs contracenam numa película que apenas tem acção e da boa… - seria eu um vendido, rendido às evidencias de uma dupla de bondage!?
Julgo que não! O filme é mesmo bom, tão bom como a mítica série e estes miúdos estão tão bons (e não digo melhores) que os da old school.
A história poderia ser mais rebuscada, mas compreende-se perfeitamente o facto, dado que Don Johnson seguiu a sua linhagem e mesmo a música seguiu quase semelhante. O único ponto que tenho a apontar é a simplicidade dos acontecimentos, típicos neste tipo de enredo… tudo se passa em redor de tráfico de droga, armas, cop killers e fenómenos afins. Mas asseguro que vale a pena! Apenas não percebi porque Sonny não usa o fato branco!?...

quarta-feira, setembro 20, 2006

THE BLACK DHALIA - A DALIA NEGRA - 8 estrelas (8-10)


Brian de Palma presenteia-nos com uma obra de época, baseada em factos verídicos que chocaram a América em finais dos anos 40. A história passa-se em Hollywood, onde o corpo, ou o que resta dele, de uma aspirante a actriz é encontrado. Mr. Fire (Aaron Eckhart) e Mr. Ice (Josh Hartnett) são os detectives encarregues do caso da Dália Negra (Mia Kirshner) e que no decorrer da acção se tornam obcecados, cada um à sua maneira, por ela, vivendo ao mesmo tempo uma curiosa relação platónica a três com Kay (Scarlet Johansson). Pontuado por momentos de violência extrema mas nada gratuita, o filme prende-nos à cadeira devido à profusão de elementos, situações e relações que se entrecruzam continuamente até ao final, no entanto para quem como eu ouviu falar do filme e da história inerente que aponta para o facto de o caso na realidade nunca ter sido "resolvido", soa a "final feliz" para contentamento das massas e desilusão pessoal. Outro ponto que me pareceu menos bem engendrado no argumento é a existência de algumas personagens aparentemente de importância vital para o enredo mas que foram pouco exploradas e às duas por três quase não aparecem no ecrân, forçando, a linha de raciocínio da história. De notar a extraordinária qualidade de cenários, ambiente, fotografia e a actuação de Aaron Eckhart, que nas suas obcessões toca a linha ténue da loucura, Mia Kirshner, que transparece uma inocência ternurenta e ao mesmo tempo uma "lábia" interesseira, estereótipo das "starlets" americanas, e a sempre (ou quase) fantástica Hilary Swank, no papel da Femme Fatale rica e mimada e embora a semelhança física entre a sua personagem e a de Dália nos seja consecutivamente impingida, por motivos de enredo, na realidade não convence. Quanto às actuações de Josh Hartnett e Scarlet Johansson não são más, mas em comparação com outras actuações ficaram aquém do esperado.
No conjunto geral o filme é muito bom e vale mesmo a pena dar um salto até à sala mais próxima assim que possível, para vislumbrar o meio Hollywoodesco dos anos 40/50 pela mão de Brian de Palma.

Gostaria ainda de fazer uma breve comentário ao evento Optimus Openair, onde assisti à antestreia deste e de outros filmes. Nota 10 em termos organizativos, simpatia e prestatividade, realmente é um evento muito bem estruturado e ainda levamos alguns souvenirs para casa, cortesia dos patrocinadores, que convenhamos até sabem bem. Nota -10 a destacar no dia do filme a Dália Negra, que antes da abertura de portas já várias filas de lugares (os melhores!) estavam reservadas, para quem? Só posso presumir que fossem para imprensa e para alguns “Vip’s” avistados no local. O mais lamentável não é o facto de estarem reservados antecipadamente mas sim o “atirar areia para os olhos” de quem pagou bilhete e tem tanto direito como os outros de se sentar nesses lugares, aquando da pergunta fatídica a uma menina que dá apoio às bancadas: - Desculpe mas estes lugares já estão reservados????????
- Sim já os devem ter reservado entretanto!
- Mas as portas abriram agora, como é possível?
- Pois não sei!
Resta explicar que eram 20:05, fui das primeiras pessoas a entrar e as portas abriram às 20:00, eram pelo menos 4 filas de 30 lugares cada uma, (se não mais) que estavam reservadas e na bancada havia meia dúzia de pessoas... façam as contas, eu não chumbei a matemática mas se calhar os Sres. da Optimus sim...

terça-feira, setembro 19, 2006

OLD BOY - 7 estrelas (7-10)


Em boa verdade foi dos filmes mais conversos que estes olhos sorveram. Recheado de eclipses ora de acção, ora de profunda reflexão nipónica. O espectador é confrontado desde parcos minutos, com temas como a honra dos senhores de olhos em bico e a arte da luta titânica entre pessoas aparentemente comuns, mas que graças ao orgulho ferido se transformam em mestres de guerra.
A grande maioria do público fica indiferente a este tipo de cinema. Por seu lado, os pseudo (qualquer coisa) críticos de cinema dizem sem justificar que a rodagem é soberba. - Ficamos em que ponto?
O certo é que o cinema Sul Coreano está de parabéns, Chan-wook Park o realizador desta longa-metragem, apenas tem um breve defeito, alonga-se demasiado. Não obstante, saliento que estamos diante uma obra-prima genial de Park, que prende o espectador até ao fim, e a realidade é que poucos filmes conseguem fazer isso.
Em curtas palavras trata-se de um filme doentio, violento e em alguns troços arrepiante.
Dae-su é um pai de família. Por motivos alheios, um dia surge encarcerado, onde a única forma de assistir ao que se passa no mundo é uma diminuta televisão. Este personagem, interpretado por Min-sik Choi, descobre entretanto que a sua mulher foi assassinada e, 15 anos mais tarde quando é finalmente libertado, procura respostas pragmáticas para as suas mais profundas questões.

segunda-feira, setembro 18, 2006

MILLION DOLLAR BABY - 8 estrelas (8-10)


Na minha perspectiva o primeiro filme contemporâneo made in USA que se enquadra na tendência Europeia de cultura cinematográfica.

Simples, genial e imprevisível. Um filme que dá prazer de ver, só por ver, de ouvir só por ouvir e no final a conjugação de elementos faz-nos chorar. Apenas e tão-somente porque sim, ou talvez porque Clint Eastwood no seu auge de maturidade, tenha sido o pai desta película.

Frankie Dunn (Clint) é dos mais antigos treinadores de pugilistas e, durante praticamente toda a sua vida dedicou-se ao ring. Dunn é um homem agreste, de áspero relacionamento, devido em parte, a problemas com a sua filha que o atormentam. Busca equilíbrio nos conselhos de Scrap (Morgan Freeman), um ex-boxeur que mantém o ginásio.

Num mundo masculinizado, surge Maggie Fitzgeral (Swank), uma jovem determinada a concretizar o sonho de ser pugilista, mas que necessita de um treinador e escolhe um dos melhores, Frankie.

A saga de combates e vitórias, tem um culminar derradeiro, onde o relacionamento de atleta e treinador vão mais além, assumindo uma cumplicidade apenas comparável à de pai e filha. Um pai que terá de fazer o maior dos sacrifícios, para manter o sonho vivo da maior lutadora de sempre “MoChepa”!

GARDEN STATE - 6 estrelas (6-10)


Andrew Largeman (Zach Braff) foi divagando pela vida perdido em emoções surreais até que a trágica morte da sua progenitora o impulsionou a terminar a medicação potentíssima de comprimidos de lítio.
“Large”, como é conhecido, representa um actor mediano de televisão na grande cidade de LA. Por contingências de uma vida atribulada e em muitos aspectos alienada, não vai à sua terra natal há nove anos e quando regressa conhece Sam (Natalie Portman)… - Uma princesa encantada que representa uma porta para um novo universo de sentidos.
Juntos, partirão em busca de tesouros sensoriais jamais explorados. Um filme que vale a pena ver e sobretudo, saborear!
Nota: uma cadente banda sonora!

OS EDUKADORES - 7 estrelas (7-10)


- Anarquismo?! – Anti Capitalismo?! – Revolução Politica?!
A juventude é por excelência o palco dos ensaios anti-sistema, quem nunca pensou em derrubar o sistema, aniquilando regras que proporcionam o melhor a uns e o pior a muitos.
O realizador Hans Weingartner, trouxe ao de cima o que de melhor se produz na Europa de norte, o tema não poderia ser mais interessante, dado o panorama hiper-disciplinado que apresenta a Alemanha.

Este não é mais que o filme que expõe a cru a tentativa de reeducação social que um grupo de amigos sugere a uma sociedade demasiado sistematizada, onde não existe espaço para a criatividade de quem deseja equilibrar tendências.
Jan, Peter e Jule vivem de forma insubmissa a sua mocidade e acreditam que unidos poderão mudar, ainda que pouco, um mundo em que não acreditam. Jan e Peter tornam-se "The Edukators," e de uma forma não-violenta, passam a mensagem aos capitalistas que os seus dias de riqueza estão contados. Porém, o filme vai mais além, quando Jule, se envolve com ambos amigos.
No término resta a sensação de que a mensagem foi passada, mas a impotência de mudar seja o que for mantém-se. Porque afinal de contas, somos de barro e já nos moldaram…

CANDY - 7 estrelas (7-10)


O cinema australiano não poderia estar melhor lançado, o filme do realizador Neil Armfield supera as expectativas de quem espera um bom filme destes 110 minutos de fita. O “bom” não chega para o qualificar, são imensos os sentimentos que circunscrevem esta bela história de amor entre dois junkeys que encontram como barreira o drama da heroína, quiçá o único fenómeno tão ou mais forte que o amor!
Candy (Abbie Cornish) e Dan (Heath Ledger) são dois jovens artistas, que nutrem um amor tremendo numa relação matrimonial afectada pelas contingências que a toxicodependência gera.
Vivem num mundo que os conspurca e obriga aos métodos mais violentos para obterem a sua dose diária, o seu conforto apenas é encontrado quando se abraçam. Candy é uma jovem belíssima, que se sujeita à violação espontânea e Dan, apesar da sua capacidade de compreensão limita-se a ver a sua amada a entrar em ruptura.
Um filme que relata de forma natural o sub-mundo mais cruel que a droga proporciona.
- Belo, trágico e inocente filme, carregado de sentimentos ásperos e suaves…no final, apenas desejei que não existissem “seringas venenosas”, apenas o doce amor que Candy e Dan bebiam.

MATCH POINT - 8 estrelas (8/10)


Após este tremendo filme, onde a moral é tópica de debate. Mantém-se a eterna questão: “serão os filmes de Woody Allen e passo a redundância, sem Woody, portadores de mais pujança cénica que aqueles em que ele (Allen) entra?...”
Existem posições diversas, controversas até… - Sou da opinião que o estimado criador Allen é soberbo e neste filme foi mais além. Concebendo um espaço cénico que supera a própria realidade, tal a vivacidade que o mesmo almejou nas mentes de quem a esta obra prima assistiu. Alienado de um papel de actor, mas superando-se a si próprio no de realizador!
Foi desnecessário e até mesmo preferível que Woody não entrasse no filme que em nada se coadunava com a sua personagem, não faltasse referir que o elenco é composto pelas mais belas criaturas da actualidade em Hollywood.
Surpreendentemente, o aclamado realizador conseguiu desvincular a sua impressão digital de um filme que só nos momentos finais revela alguns detalhes típicos do pequeno titã. Algo que espanta os mais eruditos na área. Cálculo que poucos teriam a sensibilidade de reconhecer que estávamos perante uma obra sua.
Belíssima é em simultâneo a representação de Jonathan Rhys-Meyers, a personagem principal desta longa metragem que envolve temas pesados em redor de uma questão: a Sorte!
Fazer algo bem, tal como jogar ténis, amar, trair, ou até mesmo matar… - envolve alguma dose de sorte.Uma película com uma forte componente de seriedade e tensão. Um filme bestial e que recomendo a todos aqueles que pensarem em cometer uma facadinha na relação.